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Letramento em Programação se reinventa na pandemia

Para seguir levando impacto social a vida de crianças de mais de 20 municípios gaúchos, programa adaptou seu formato neste ano

Na última semana, foi realizada a 4ª Formação do Letramento em Programação. Neste ano, mais de 100 professores de 21 municípios participaram em cada formação, atualmente realizada de forma remota devido à pandemia. Até 2019, eram feitos eventos presenciais, onde os municípios se reuniam para participar de dinâmicas em equipe com a divisão de grupos de interesse. Na época, geravam intensas trocas de experiências e momentos de descontração. O formato online adotado agora é semelhante, no entanto, possibilita que mais pessoas possam estar presentes em cada encontro.

Durante a aplicação do Letramento em Programação, são feitas formações mensais para todos os professores e coordenadores municipais parceiros do programa. Os workshops visam o aperfeiçoamento dos saberes necessários, assegurando a qualidade na transferência de conhecimento aos alunos.

Nesta edição, as formações acontecem de forma remota, mensalmente, divididas em 3 momentos: abertura e uma participação surpresa, onde todos assistem juntos; e formação técnica, onde as atividades são realizadas em quatro salas simultâneas e envolvem a aplicação de Scratch básico, coordenado pela professora Vânia Vedana e pelo professor Selmar Rodrigues; Scratch intermediário, com o professor Gabriel dos Santos; App Inventor, ministrado pelos professores Lucas Rodrigues e Alexsandro Rosset; e a novidade deste ano é a Computação Desplugada, liderada pela professora Graziela Tussi. Esta última consiste em uma alternativa desenvolvida para aqueles alunos sem acesso à internet e sem equipamentos, computador ou celular, onde as atividades são enviadas para serem resolvidas em casa e devolvidas na escola.

Os conteúdos aplicados em cada sala são baseados nas OPAs – Orientadores para Planos de Aula, que foram construídos a muitas mãos, embasados com contribuições de cientistas da computação pertencentes às comunidades científicas como Currículo de Referência em Tecnologia e Computação (CIEB ) e Computer Science Standards (CSTA-K12). Destacamos as competências digitais na BNCC – Base Nacional Comum Curricular, no eixo 5, que reforça a educação integral através do pensamento computacional, abrangendo o cognitivo e socioemocional dos estudantes. As etapas ou trilha formativa, com uma sequência de conteúdos (foto abaixo), avançam na complexidade que vão do 4º ao 9º ano do ensino fundamental contemplando 60 horas em cada etapa.

O contexto atual dos professores exige o desenvolvimento de competências socioemocionais e digitais. A primeira se refere a capacidade de regular os conhecimentos, habilidades socioemocionais e cognitivas aprendidos socialmente pelo indivíduo, frente a determinada situação. Já competência digital está relacionada ao domínio tecnológico, com o objetivo de solucionar e resolver problemas em meios digitais. Sendo assim, a formação dos professores do Letramento em Programação, busca incentivar os docentes no desenvolvimento destas competências, por meio de estratégias que garantam um processo de ensino-aprendizagem inovador, engajador, interativo e colaborativo.

O que dizem os participantes

“Sou o professor Laudinei Zanin de Sananduva, atuo como professor no Letramento em Programação, desde o começo de 2020. Entrei para dar aula para os alunos do 4° ao 6° ano participantes do Letramento junto com o professor Luiz, porém, em virtude da pandemia, mudamos nosso plano de ensino e optamos trabalhar com as turmas de 6° a 9° ano do fundamental. Assim, começamos a trabalhar com atividades desplugadas, ficamos um pouco confusos no começo por não termos materiais prontos em mãos, mas procuramos buscar atividades na internet e de outros professores. Com isso, conseguimos variar exercícios e continuar com o Letramento em Programação um pouco diferente que nos anos anteriores. Foi um pouco mais complexo adaptarmos com os alunos, já que eles estavam distantes de nós. De qualquer forma, ficamos felizes com o desempenho deles, percebemos que o Letramento faz muito bem em suas rotinas como estudantes e, na escola, auxilia nas outras disciplinas, influenciando também seu futuro. Esses jovens participantes serão gratos no futuro pelo que aprendem e buscam aprender com o programa, claramente terão um futuro promissor.”

Laudinei Zanin, professor da rede municipal de Sananduva/RS

“O Programa Letramento em Programação chegou em Tio Hugo (RS) em 2019 e, certamente, marcou muito positivamente a nossa comunidade escolar, tanto no aspecto cognitivo, quanto em relação à autoestima dos estudantes que participaram. Jamais esqueceremos o orgulho que os nossos alunos do 6º ano tiveram no encontro municipal, ao apresentar aos seus pais, algumas atividades realizadas nas aulas do programa. Promover este crescimento pessoal é promover cidadania, educação integral e a crença no futuro. Neste ano, seguimos com o programa e têm sido muito significativos os encontros de formação realizados, permitindo ao mesmo tempo um espaço dialógico e formativo aos professores, coordenadores e demais atores do Letramento. O cenário que a pandemia trouxe, possibilitou ressignificações importantes ao desenvolvimento do programa, não interferindo em seu alcance e qualidade; contrariamente a isso, foram criadas novas possibilidades de mediação, de ensino e de aprendizagem das atividades e conteúdos. Inclusive, hoje o Letramento é trabalhado de forma desplugada, conforme a necessidade de alguns contextos. Temos muito orgulho de participarmos do Letramento em Programação, faz toda a diferença para a nossa comunidade, promovendo a cidadania e a inclusão digital.”

Alice de Fátima Vieira, coordenadora municipal de Tio Hugo/RS

 

Edição remota mantém formato com atividades dinâmicas e interação

texto: Karen Vidaleti

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