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Letramento em Programação aposta na educação inclusiva

Garantir atendimento a todas as crianças, considerando sua diversidade, está entre as premissas do programa

Educação inclusiva é expressão que traduz o educar todas as crianças em um mesmo contexto escolar. O Letramento em Programação, iniciativa realizada pela Fundação IMED, por meio do InovaEdu – Laboratório de Ciência e Inovação para a Educação, opera alinhado a esse conceito, garantindo o atendimento à diversidade. São exemplos as jornadas de alunos do programa.

“Carlos Eduardo S., o Cadu, é um menino muito inteligente. Aluno do 5°ano da escola EMEB João Protásio da Luz de Lagoa Vermelha/RS, ele começou a participar do Letramento em Programação neste ano e tem se mostrado muito interessado, gosta demais de nossas aulas”, afirma a professora Luara Silva.

O Cadu, explica a docente Francieli Capellari, tem uma grave deficiência visual, que faz com que, mesmo com lentes implantadas, ele precise se aproximar muito do computador e do caderno para poder enxergar.

“Mesmo assim, é um dos alunos mais esforçados nas aulas do Letramento e, na sala de aula com a professora do 5° ano, não é diferente. Ele adora tecnologia, entende perfeitamente as propostas da programação e é sempre muito participativo nas aulas. O garoto é a prova de que se quer algo, não se mede esforços”, acrescenta.

Em Lagoa Vermelha, o André L.T.S., aluno do 4°ano A da Escola Léa Beatriz de Quadros Dolzan, tem transtorno do espectro autista. Ainda que compreenda solicitações básicas, apresenta dificuldades na leitura e na escrita, mesmo reconhecendo as letras.

Cadu e André durante as atividades do Letramento

Neste ano, foi inscrito no programa Letramento em Programação por sua mãe, Denise. Segundo a professora, desde o início das aulas de forma presencial, ele raramente falta. No início, gostava mesmo era de jogar, mas aos poucos foi se adaptando, e hoje, adora usar o Scratch.

“Para acessar algo, escrevo no quadro em caixa alta e ele digita, não tem problema com isso. Muito do que fazemos no scratch ele não consegue, no entanto, é tão inteligente que aprendeu a editar as fantasias dos personagens. Gosto de vê-lo mexendo e pergunto o que está fazendo. Ele, alegre, responde: carros. Muitas vezes, são carros ou caminhões, pois tem paixão por eles”, conta.

A professora relata que Denise, mãe do André, também está muito feliz com a evolução percebida no garoto e diz que ele “já sabe ‘mexer’ no computador melhor do que ela mesma”.

“O transtorno do espectro autista não limita as crianças a realizarem a programação, cada um no seu tempo e da sua forma, claro. Se sentir parte, estar integrado e ser bem recebido pelos colegas os tornam mais felizes. Me sinto agradecida por ter um autista na turma, pois aprendo muito, mais do que ele comigo”, finaliza Francieli.

 

Texto: Karina Vidaleti

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