Um caminho para as Competências Digitais
Uma importante avaliação internacional dos professores da educação básica, o Teaching and Learning International Survey (TALIS, 2018), apontou que os professores brasileiros apresentaram necessidade elevada de desenvolvimento profissional em tecnologias de informação e comunicação (TICs) para o ensino – i.e., 10 pontos acima da média global. Esse relatório desencadeou uma série de preocupações nos últimos anos acerca de um problema subjacente: os professores precisam de treinamento em competências digitais – um desenvolvimento do pensamento computacional. Isso ocorre porque essas competências são a base para o uso proficiente, produtivo, responsável e seguro das tecnologias.
Essa necessidade se tornou ainda mais urgente porque a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) incorporou as competências digitais. Assim, os professores encontram-se em uma situação que deflagra a necessidade de treinamento.
A preocupação com competências digitais é global. A União Europeia, por exemplo, desenvolveu e vem aprimorando o DigComp, um referencial amplo para definição e avaliação dessas competências. A ideia não é que professores e cidadãos em geral possuam meras habilidades para lidar com a tecnologia, mas competências genuínas, no sentido de não apenas saberem utilizar a tecnologia, mas serem capazes de fazer um uso eficiente, ético e engajado com as mesmas na aprendizagem, no trabalho e na participação na sociedade. Uma vez que essas competências são definidas como uma combinação de conhecimentos, habilidades e atitudes.
O DigComp e o pensamento computacional
O DigComp abrange cinco áreas: letramento informacional, comunicação e colaboração, criação de conteúdo digital, segurança e resolução de problemas. Essas áreas, juntas, abrangem 21 competências específicas. Para ilustrar, o domínio da comunicação e da colaboração engloba a competência de compartilhamento de informações e conteúdos por meio das tecnologias digitais.
Especificamente, por exemplo, isto significa que os professores e os cidadãos devam ser capazes de utilizar aplicações como a nuvem e outras formas de compartilhamento de informações. Um outro exemplo é a de proteção de dados pessoais e privacidade que se encontra na área de segurança. Especificamente, é esperado que os indivíduos desenvolvam a capacidade de pensar criticamente e refletir sobre o seguro da tecnologia, bem como compartilhar seus dados pessoais de maneira consciente.
Pensamento computaciona na BNCC
Esforços também vêm sendo realizados no contexto brasileiro. A competência geral 5 da BNCC, por exemplo, diz que os estudantes da Educação Básica devem ser capazes “Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.” (BNCC, 2018).
Embora o texto da diretriz ainda ressalte que “[…] o professor não precisa ser o detentor do conhecimento técnico sobre o uso das ferramentas disponíveis, mas sim o mediador que vai auxiliar os estudantes na reflexão sobre os melhores usos possíveis das TDICs.”, o nível de competência do professores é um facilitador na transmissão das mesmas aos estudantes.
Competências essenciais
Nesse sentido, o Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB) sistematizou três áreas de competências essenciais para professores, cada um com quatro competências específicas:
- Apoio Pedagógico: orientação, capacitação, recursos e infraestrutura e inclusão;
- Planejamento e gestão: diagnóstico e planejamento, acompanhamento e avaliação, gestão de redes e gestão de parcerias;
- Desenvolvimento profissional: formação, gestão da informação, comunicação e compartilhamento.
Para exemplificar, a competência orientação da área de apoio pedagógico prevê que o professor seja “[…] capaz de orientar, acompanhar e monitorar a integração das tecnologias digitais nas práticas pedagógicas” (p. 13).
Um ENTER neste contexto
A par das preocupações nacionais e internacionais com a temática das competências digitais de professores, a ENTER Tech Edu desenvolveu o programa (in)fluência digital, que busca desenvolver o pensamento computacional dos professores que não possuem experiência na área. O foco em pensamento computacional ocorre porque essa competência embasa o aprendizado das competências digitais e apoia o docente na resolução de problemas tecnológicos e digitais práticos do dia a dia da sala de aula.
Assim, a ENTER acredita que para começar a resolver a lacuna de competências digitais dos professores da educação básica no Brasil, o pensamento computacional é uma competência-chave. Isto porque o pensamento computacional é mais abrangente que as competências digitais específicas, pois é um modo de raciocínio que apoia o aprendizado e resolução de problemas.
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Uma alternativa viável e eficaz
Além do mais, desenvolver pensamento computacional pode ser um empreendimento mais rápido e engajador para os professores em comparação a desenvolver todo o espectro de competências digitais requeridas. Isso pode aumentar a autoeficácia dos professores no trato com as tecnologias digitais e competências relacionadas, fomentando assim tanto o desejo de aprender quanto a disposição necessária para tal.
Dessa forma, a ENTER Tech Edu se coloca à disposição dos professores brasileiros de Educação Básica para colaborar na jornada em direção a um ensino e aprendizado qualificados, eficiente e engajador das competências digitais, começando pelo pensamento computacional.
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